Dados e projeções para a economia gaúcha
CENÁRIO NACIONAL
No cenário nacional, é esperada uma desaceleração no avanço da atividade econômica em relação a 2024. A economia segue impactada pela instabilidade no cenário internacional, pela política monetária restritiva e inflação persistente, mas principalmente pela elevada incerteza nas contas públicas. A projeção para o crescimento do PIB no Brasil em 2025, porém, continua mantida em 2,1%, mas apenas com ajustes na composição setorial.
A elevação da agropecuária, por exemplo, passou de 5,3% para 5,5%, por conta da safra recorde de grãos a ser confirmada. A indústria nacional, por sua vez, teve sua projeção reduzida de 1,7% para 1,4%. Contribui para isso, a desaceleração observada nos bens de consumo não duráveis. No setor de serviços, a alta passou de 2,1% para 2%. A projeção de geração de empregos formais foi mantida acima de 1 milhão de postos de trabalho e a taxa de desemprego não deve subir de forma considerável.
Como consequência de um quadro fiscal desajustado, a inflação e o juros devem continuar elevados ao final de 2025, com projeção de fechamento do IPCA em 5,4%, e do INPC em 5,3%, ambos acima das estimativas feitas no final de 2024, de 4,3% e 4,5%, respectivamente. Quanto à taxa básica de juros, a estimativa para o Brasil é de mais uma alta de 0,50 ponto percentual, levando a Selic para 14,75% no ano e a manutenção nesse patamar até o fim de 2025.
CENÁRIO INTERNACIONAL
Após dar sinais de recuperação no ano passado, o cenário global em 2025 sofre revisões, especialmente em função do tarifaço imposto pelo governo Trump. A economia global deve crescer 2,8%, segundo novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), abaixo da previsão de 3,2% feita no final do ano passado. A boa notícia para o Brasil é que a Argentina mostra sinais de recuperação e o redirecionamento de consumo pode favorecer as exportações industriais brasileiras, assim como a abertura de novos mercados na Ásia, especialmente para produtos da agroindústria.
Assista a fala do Economista-chefe da FIERGS, Giovani Baggio: